quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

A TEOLOGIA NO CÁRCERE

“Tomemos o cárcere como se fosse uma palestra onde podemos se dirigir ao tribunal, como se tivéssemos indo a uma plateia. “  

        Esta expressão foi de Tertuliano, um dos pais da Igreja, se pensarmos sobre ela podemos dizer, que as circunstancias de um cárcere não são inspiradoras, para surgir um texto expressivo e contundente para convencer uma plateia, levando-os ao aplauso. Porém Tertuliano, está relatando uma realidade, que não tinha em mente o reconhecimento e valorização dos homens em sua defesa, mas que sua tese teológica, e posições fossem deixadas livres, para continuarem a tarefa de esclarecer, tirar dúvidas e trazer todos a uma visão maior sobre o que era o cristianismo.        

       A apologia neste período era uma incisiva proposta de criar loja virtual grátis condenação para o apologista, mas estes não se retinham, pois tinha em mente um ideal, que não podia por nada ser tolhido. Mesmo até que sobreviesse a condenação e em conseguinte o cárcere.  A teologia iniciou a tomar suas direções mais contundentes e assertivas neste período, não em plateias mas em tribunais.        

       Hoje temos a liberdade, mas nos contemos em teologias que agradam e convencem a grupos seletos, sem pensar e refletir se esta ira fundamentar as pessoas; para que em tudo possamos ver expandir as nossas verdades e teologias não como enfeites e discursos de plateias, mas como teologia que mesmo se for condenada ao cárcere, seja esta a verdade concedida por ela própria através de Deus, o seu fundamentador. 

O PORQUE DO ANTI-SEMITISMO

       Muitos ainda julgam que a ideologia nazista girou em torno do antissemitismo por acaso, e que desse acaso nasceu a política que inflexivelmente visou a perseguir e, finalmente, exterminar os judeus. O horror do mundo diante do resultado derradeiro, e, mais ainda, diante do seu efeito, constituído pelos sobreviventes sem lar e sem raízes, deu à "questão judaica" a proeminência que ela passou a ocupar na vida política diária. O que os nazistas apresentaram como sua principal descoberta, o papel dos judeus na política mundial e o que propagavam como principal alvo.       

     A perseguição dos judeus no mundo inteiro foi considerado pela opinião pública mero pretexto, interessante truque demagógico para conquistar as massas. É bem compreensível que não se tenha levado a sério o que os próprios nazistas diziam. Provavelmente não existe aspecto da história contemporânea mais irritante e mais mistificador do que o fato de, entre tantas questões políticas vitais, ter cabido ao problema judaico, aparentemente insignificante e sem importância, a duvidosa honra de pôr em movimento toda uma máquina infernal. Tais discrepâncias entre a causa e o efeito constituem ultraje ao bom senso a tal ponto que as tentativas de explanar o antissemitismo parecem forjadas com o fito de salvar o equilíbrio mental dos que mantêm o senso de proporção e a esperança de conservar o juízo. Uma dessas apressadas explicações identifica o antissemitismo com desenfreado nacionalismo e suas explosões de xenofobia.  

      Mas, na verdade, o antissemitismo moderno crescia enquanto declinava o nacionalismo tradicional, tendo atingido seu clímax no momento em que o sistema europeu de Estados nações, com seu precário equilíbrio de poder, entrara em colapso. Os nazistas não eram meros nacionalistas. Sua propaganda nacionalista era dirigida aos simpatizantes e não aos membros convictos do partido. Ao contrário, este jamais se permitiu perder de vista o alvo político supranacional. O "nacionalismo" nazista assemelhava-se à propaganda nacionalista da União Soviética, que também é usada apenas como repasto aos preconceitos das massas. Os nazistas sentiam genuíno desprezo, jamais abolido, pela estreiteza do nacionalismo e pelo provincianismo do Estado.    

     O antissemitismo alcançou o seu clímax quando os judeus haviam, de modo análogo, perdido as funções públicas e a influência, e quando nada lhes restava senão sua riqueza. Quando Hitler subiu ao poder, os bancos alemães, onde por mais de cem anos os judeus ocupavam posições chave, já estavam desjudaízados, e os judeus na Alemanha, após longo e contínuo crescimento em posição social e em número, declinavam tão rapidamente que os estatísticos prediziam o seu desaparecimento em poucas décadas. É verdade que as estatísticas não indicam necessariamente processos históricos reais: mas é digno de nota que, para um estatístico, a perseguição e o extermínio dos judeus pelos nazistas pudessem parecer uma insensata aceleração de um processo que provavelmente ocorreria de qualquer modo, em termos da extinção do judaísmo alemão. 

O CAMINHO DO SABER PÓS MODERNO

   A condição pós-moderna é, todavia, tão estranha ao desencanto como à positividade cega da deslegitimação. Após os meta relatos, onde se poderá encontrar a legitimidade? O critério de reatividade é tecnológico.; ele não é pertinente para se Julgar o verdadeiro e o Justo' ,Seria pelo consenso, obtido por discussão, como pensa Habermas? Isto violentaria a heterogeneidade dos jogos de linguagem. E a invenção se faz sempre no dissentimento.  

    O saber pós-moderno não é somente o instrumento dos poderes. Ele aguça nossa sensibilidade para as diferenças e reforça nossa capacidade de suportar o incomensurável. Ele mesmo não encontra sua razão de ser na homologia dos experts, mas na paralogia dos inventores.       Nesta ótica nos caminhos e encontros do saber, alcançamos os espaços e nossas ambições.  Nesta transformação geral, a natureza do saber não permanece intacta. Ele não pode se submeter aos novos canais, e tornar-se operacional, a não ser que o conhecimento possa ser traduzido em quantidades de informação. Pode-se' então prever que tudo o que no saber constituído não é traduzível será abandonado, e que a orientação das .novas pesquisas se subordinará à condição de tradutibilidade dos resultados eventuais em linguagem de máquina.  

      Tanto os "produtores" de saber como seus utilizadores devem e deverão ter os meios de traduzir nestas linguagens o que· alguns buscam inventar e outros aprender. As pesquisas versando sobre estas máquinas-intérpretes já estão adiantadas. Com a hegemonia da informática, impõe-se uma certa lógica e, por conseguinte, um conjunto de prescrições que versam sobre os enunciados aceitos como "de saber". 

POR UMA EDUCAÇÃO DEMOCRÁTICA

      A dimensão global da Educação Popular contribui para que a compreensão geral do ser humano em torno de si como ser social seja menos monolítica e mais pluralista, seja menos uni direcionada e mais aberta à discussão democrática de pressuposições básicas da existência. Esta vem sendo uma preocupação que me tem tomado todo, sempre a de me entregar a uma prática educativa e a uma reflexão pedagógica fundadas ambas no sonho por um mundo menos malvado, menos feio, menos autoritário, mais democrático, mais humano. A cultura e suas diversas divisões , interpretações e facções; muitas vezes se torna uma barreira para a pratica educativa democrática.          

       A cultura discriminada gesta a ideologia de resistência que, em função de sua experiência de luta, ora explica formas de comportamento mais ou menos pacíficos, ora rebeldes, mais ou menos indiscriminatoriamente violentos, ora criticamente voltados à recriação do mundo. Um ponto importante a ser sublinhado: na medida em que as relações entre estas ideologias são dialéticas, elas se interpenetram. Não se dão em estado puro e podem mudar de pessoa a pessoa. Por exemplo, posso ser homem, como sou, e nem por isso ser machista. Posso ser negro mas, em defesa de meus interesses econômicos, contemporizar com a discriminação branca.  

       Estas circunstancias que nós mesmos as tornamos barreiras e criamos ideologias pautadas em nossas concepções culturais, afetam o processo educativo em nossa sociedade. Tornamos a escola um ambiente muitas vezes desagregador, ao invés de agregarmos e trazermos uma educação mais humana, sem fronteiras e global. Quando falamos em democracia e globalização não podemos nos reter e ficarmos detidos em alguns preconceitos que impedem o processo educativo e socializador da escola. Por isso precisamos vivenciar novas fases do nosso entendimento pedagógico, onde a compreensão e abertura se torna um apaziguador, possibilitando uma socioculturalíssima onde as culturas se encontram com convivência pacifica, no ambiente escolar.

O PACTO PELA CONCEPÇÃO REFORMADA

      Quando falamos desse pacto entre o Pai e o Filho, estamos falando da vontade do Pai e da disposição do Filho em realizar todas as cousas propostas por Deus para a salvação do pecador. Não deve ser esquecido que a Trindade toda participa deste pacto, pois Is 48.16-17 dá a entender que o Espirito Santo também é enviado do Pai para realizar a Sua vontade neste mundo, juntamente com o Filho. Contudo, é mais comum dos textos a ideia de um pacto onde o Filho e o Pai são as partes contratantes mais expoentes. O próprio Jesus Cristo falou que o Pai entrou em pacto com ele, embora as nossas traduções não deixem a ideia clara. Veja o texto de Lc 22.29 "Assim como meu Pai me confiou um reino, eu vo-lo confio." No grego, contudo, a ideia é diferente. A palavra traduzida como "confiou e o verbo que significa "entrar num pacto". O verbo grego é diatiqemai de onde vem a palavra "pacto" – diaqh/kh. Deus pactuou com Cristo para lhe dar um reino, e nós somos parte desse reino, portanto, parte da herança que Deus deu a Cristo. Deus, ante a incapacidade do homem de expiar os seus próprios pecados, fez um pacto com Cristo de salvar alguns membros da raça caída em Adão. O próprio Deus, na pessoa de Seu Filho, compromete-se a realizar e tornar eficaz esse pacto. O Filho seria o Mediador, a vítima expiatória, o resgate e o Salvador dos beneficiários históricos do pacto. O Pai e o Filho tomam a decisão comum de salvar criaturas caídas.  

     O Pai seria o representante da Trindade e o Filho o representante dos caídos, mas eleitos. A Escritura mostra de maneira inequívoca que o Filho veio ao mundo para realizar uma tarefa que o Pai lhe havia entregue, uma obra em favor dos homens, realizando a vontade de Seu Pai. Vejamos a análise de alguns textos: Is 48.16-17 - "Chegai-vos a mim, ouvi isto: Não falei em segredo desde o princípio; desde o tempo em que isto vem acontecendo tenho estado lá. Agora o Senhor Deus me enviou a mim e o seu Espírito. Assim diz o Senhor, o teu Redentor, o Santo de Israel: Eu sou o Senhor, o teu Deus, que te ensina o que é útil, e te guia pelo como montar uma loja virtual caminho em que deves andar." Estas palavras são como que colocadas nos lábios de Cristo, como fizeram outros escritores do VT. O Verbo é eterno. Num tempo quando ainda não havia tempo, a Trindade entabulou um acordo. Desse acordo surgiu a decisão de enviar o Filho para a Redenção do pecador e o Espírito para aplicá-la. Por isso que é dito que «o Senhor Deus me enviou a mim e o seu Espírito." O Filho e o Espírito são enviados ao mundo para cumprir um propósito redentor da Divindade. O texto diz que essas pessoas são enviadas, o que indica um acordo prévio entre elas. Jo 5.30 – ―Eu nada posso fazer de mim mesmo; na forma porque ouço, julgo. O meu juízo é justo porque não procuro a minha própria vontade, e, sim, a daquele que me enviou.‖ É claro deste verso que Jesus veio ao mundo a mandado de Seu Pai, e para realizar a vontade de Seu Pai.  

      Voluntariamente Ele submeteu-se à vontade d' Aquele a quem Ele sempre foi submisso como Filho. Mas essa submissão indica que Eles tiveram um acordo antes de haver história. Cristo foi enviado pelo Pai como produto de um pacto, como veremos adiante. JO 6.38-40 – ―Porque eu desci do céu não para fazer a minha própria vontade; e, sim, a vontade daquele que me enviou. E a vontade daquele que me enviou é esta: Que nenhum eu perca de todos os que me deu; pelo contrário, eu o ressuscitarei no último dia. De fato, a vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele crer, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.‖ Estes três versos recebem a mesma tônica dos dois anteriores, onde Cristo revela claramente a sua decisão de obedecer ao seu Pai, que o havia enviado ao mundo. A ideia de obedecer aqui deixa clara a ideia de um acordo anterior. Note que, antes dele vir ao mundo, ele havia recebido do Pai um número definido de pessoas pelas quais ele veio morrer. E o mandato do Pai era para que Ele não perdesse nenhum deles. Cristo veio para cumprir essa vontade de seu Pai, que foi produto de um acordo prévio entre ambos, no seio da Divindade. Estas mesmas ideias podem ser encontradas em Jo 8.29; 17. 3,4,6,8,18,21; Hb 10.7-10

segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

                                 A OBJETIVIDADE SEGUNDO MORIN   


      A objetividade é uma coisa absolutamente certa. Ela é determinada por observações e verificações concordantes. Para serem estabelecidas, essas observações e essas verificações precisam de comunicações intersubjetivas. Mas é evidente que essas comunicações são feitas num meio, no centro do que se pode chamar de comunidade científica Aí, também, existe uma idéia de Popper muito interessante. Ele diz mais ou menos o seguinte: "A ciência não é um privilégio de uma teoria ou de uma mente, a ciência é a aceitação pelos cientistas de uma regra do jogo absolutamente imperativa." No entanto, para obedecer a regra do jogo da verificação e da experimentação, é preciso que haja uma grande atividade de crítica mútua Para que haja uma grande atividade de crítica mútua, é preciso que as teorias se confrontem, que existam pontos de vista diferentes, até mesmo ideias "bizarras", ideias metafísicas. Portanto, não podem existir só fatores comunitários mas, também, devem existir fatores de rivalidade e fatores conflitantes; por conseguinte, é um verdadeiro meio social como fazer uma loja virtual onde existem antagonismos.  

      Mas, para que essa sociedade, essa comunidade funcione, é preciso  isso também foi dito por Popper — que ela esteja enraizada numa tradição histórica e no seio de uma cultura: a tradição crítica, nascida da filosofia, em Atenas, cinco séculos antes da nossa era, interrompida cinco séculos depois na nossa era, foi reconstituída com o Renascimento; foi o primeiro caldo de cultura da ciência que se destacou como um ramo da filosofia mas que, mesmo assim, obedece a essa tradição crítica que marcou a história ocidental e que hoje em dia se universaliza através da lifusão da ciência no mundo. Desde o século XIX, o desenvolvimento da ciência está ligado ao desenvolvimento de uma nova camada social, a intelligentsia científica dos sábios e pesquisadores. Tudo isso nos leva de volta aos fenômenos da cultura, da sociedade e da história Todos sabem que existe esse interessante processo que, uma vez estabelecida a objetividade, faz o cientista apagar todo esse hinterland, toda essa enorme infraestrutura que permite a objetividade.

 JESUS MAIOR QUE TODA A TEOLOGIA.  

    Quando pronunciamos o nome Cristo não é o simples suporte verbal de uma realidade superior (o platonismo não intervém aqui!). Trata-se, sob esse nome e sob esse título, da sua pessoa mesmo. Não de uma pessoa fortuita, de um "fato histórico acidental" como entende Lessing, por exemplo. As verdades eternas da razão, eis o tipo de fato histórico "acidental"! Assim, o nome de Jesus Cristo não serve para designar um produto da história humana. Os homens sempre acreditaram ter feito uma grande descoberta quando conseguiram demonstrar que Jesus Cristo não podia deixar de ser o ponto culminante de toda história. Achado medíocre, na verdade! Mesmo a história do povo de Israel não saberia se prestar a uma tal demonstração. Certamente, a posteriori, é lícito e mesmo necessário afirmar: nesse homem, nesse povo, a história se realizou ... ; mas ela o fez seguindo uma linha absolutamente nova e escandalosa do ponto de vista dos fatos históricos! Loucura para os gregos, escândalo para os judeus! (1 Co 1.23) Enfim, o nome de Jesus Cristo não esconde um postulado do homem, não designa o produto de seus desejos mais nobres nem o tipo de redentor criado pela sua inquietude. 

     O homem nem é capaz de reconhecer por si mesmo sua inquietude e seu pecado. É-lhe necessário primeiro conhecer Jesus Cristo: é em sua luz que nós vemos a luz que nos revela nossas próprias trevas. Todo conhecimento que mereça esse nome, segundo a fé cristã, provém do conhecimento de Jesus Cristo. Assim toda a teologia se resume em JESUS CRISTO, não tendo argumento maior que a ação de Cristo na história, do ministério que a própria história não tem argumentos definidos para poder decifrar e narrar em toda sua essência e expressividade. A fé esta nele, o amor é proveniente dele, a paz pertence a Ele, a salvação em toda sua extensão esta fixa nele, a eternidade é Ele para sempre conosco em toda sua viva manifestação. Portanto a teologia esta a mercê da existência de Cristo, e sem Jesus a teologia não é coerente e válida. 

A TEOLOGIA NO CÁRCERE

“Tomemos o cárcere como se fosse uma palestra onde podemos se dirigir ao tribunal, como se tivéssemos indo a uma plateia. “           Esta ...